Até FFX o nome Final Fantasy significava RPGs épicos da mais alta qualidade, hoje o nome Final Fantasy pode ser encontrado em vários jogos que você nunca sonhou jogar e talvez nunca tivesse o pesadelo de imagina-los existindo (sim FFX-2 estamos falando de você).
Depois de um filme, um MMORPG, jogos de ação razoáveis e um jogo sem nexo pro Game Cube, muitos fãs se decepcionaram. Muitas das novidades eram legais, mas infelizmente aSquare esqueceu que tudo que os fãs queriam jogar de verdade eram RPGs.
FFXII veio com a responsabilidade de trazer a redenção a série, sendo um RPG épico e memorável como um FF deve ser... E nada mais...
A Fantasia volta ao topo?
FFXII é um projeto ambicioso que mostra para o que veio logo no inicio. A grandiosidade do titulo e a premissa de muitas emoções já conseguem ser retratadas na CG inicial do jogo que espera o jogador apertar o botão Start.
A abertura chega perto da emoção retratada na excepcional abertura de FFVIII, pois consegue mesclar a nostalgia dos títulos anteriores através das musicas com as imagens fantásticas de um novo mundo a ser descoberto.
O novo enredo da série começa cheio de ação com uma guerra onde tecnologia e magia são levados aos extremos. As conseqüências desta guerra já são o pontapé de inicio para o desenrolar da trama onde as tragédias já começam desde o inicio.
Diferente de FFX e FFXI que abordam ameaças místicas, FFXII gira em torno de tramas pessoais em meio a guerras e conspirações politicas. A vilania não é composta por loucos, mas sim por monarcas poderosos que se desdobram para manipular seus aliados, o senado e o povo das nações que conquistam, sempre visando manter seu poder através de jogadas políticas e militares.
Como você deve saber FFXII e FFT tiveram o mesmo diretor e se passam no mesmo mundo compartilhando também o mesmo seguimento no enredo, ou seja, uma historia envolvente que é guiada pela ambição dos poderosos e de seu jogo de manipulação e não por romances clichês nem ameaças ao mundo.
Graças a esses aspectos o enredo de FFXII consegue adquirir um aspecto mais real e humano, trazendo uma narrativa um pouco mais inteligente que seus últimos antecessores. O resultado final é um enredo muito bom, cheio de reviravoltas surpreendentes que pode estar a altura do que os fãs esperavam mas que de fato não supera o grandioso enredo de Final Fantasy Tactics.
Já o elenco de personagens acaba carecendo um pouco de mais singularidadel. Você encontrará personagens sem graça mas ficará feliz em notar que alguns poucos personagens irão realmente roubar sua admiração a ponto de encabeçar sua lista de personagens prediletos em toda série FF. Balthier com certeza é um deles, todavia, voce com certeza vai querer que personagens como Vaan e Panelo deixem de existir devido a sua inutilidade, até mesmo personagens com boas premissas como Basch acabam se perdendo no enredo não tendo mais onde atuar expressivamente. Ironicamente, muitos NPCs e personagens temporários se mostram ainda mais interessantes que metade do grupo dos protagonistas. Larsa, AlCid, Reddas... Voce com certeza iria acha-los mais dignos de serem protagonistas do que boa parte do grupo de Vaan e Ashe.
Você também sentirá falta das Summons antigas, a envocação esta presente no jogo, mas nenhuma das Summons foi uma envocação nos jogos passados. Agora elas são compostas por vilões de FFT e FFTA como Belias (Veilus), Hashalum, Adremalk, Mateus e Famfrit e mais algumas figuras ilustres que os fãs devem reconhecer de cara.... Que tal usar X-Death (FFV), Zeromus (FFIV) e Chaos (FFI) como Summons? É agora você pode! Nostalgia pura... Uma pena que os Summons (aqui chamadas de Espers) estejam condenadas a inutilidade. É elas definitivamente não são uteis em 90% dos casos...
Restou a Shiva, Leviathan, Ifrit, Bahamut e tantos outros agora serem homenageados como nomes de Airships.
Jogabilidade
É no sistema de combate que o jogo mais se destaca. A Square-Enix conseguiu desenvolver um sistema inteligente e intuitivo que não cansa mesmo após horas e horas de jogo.
As batalhas aleatórias não existem mais e agora você pode ver os inimigos andando pelos cenários e pode se movimentar livremente durante o combate. Apertando o botão X a tela de comandos aparece e você pode escolher qual será a ação do líder ou até mesmo designar uma ação especifica para um dos outros dois personagens que lhe acompanham. Com uma ação seleciona a barra de ATB vai se encher e assim que estiver completa a personagem realizará a ação.
Enquanto na maior parte das vezes você só designa ações para o líder os outros dois personagens são controlados pelo sistema de Gambit, com esse sistema você define uma lista de prioridades que seus personagem devem seguir e que comandos devem usar em determinadas situações. O sistema de Gambit é interessante porque é simples, intuitivo e fácil de usar, podendo ser modificado a todo o momento, além de com o tempo ir permitindo novas experiências e possibilidades ficando cada vez mais completo.
Apesar de bem feito não é muito dificil encontrar quem não goste do sistema de Gambit. No primeiro muitos alegam que simplesmente assitem o jogo invez de jogar, o que não é definitivamente um problema afinal voce pode simplesmente desligar os Gambits e delegar ações como bem entender.
Já o novo sistema de habilidades é o “License Board”, semelhante ao Sphere Grid de FFX, só que sem caminhos. É basicamente uma tabela semelhante a um tabuleiro de Xadrez onde você pode comprar habilidades com os License Points que ganha nos combates, comprando determinada habilidade os quadros ligados a ela se revelam possibilitando serem comprados também.
Tudo em FFXII deve ser habilitado nas License Board desde habilidades, magias até a possibilidade de equipar armas e armaduras. No fim é um sistema bom, mas que não possui uma lógica muito inteligente, basicamente todos os seus personagens acabam seguindo customizações semelhantes. Você talvez queira deixar um personagem apenas para magia negra e outro apenas para cura, mas vai se tocar que é muito mais pratico e lógico fazer com que a maioria aprenda de tudo um pouco para uso imediato nos combates. Ao menos as diferentes possibilidades que o gambit lhe traz servem para que voce programe os personagens com funções diferentes...
Já a câmera, bom ela pode ser mudada facilmente usando o analógico direito, a câmera em si não atrapalha muito, mas é muito fácil se perder do caminho que você percorria. Não serão poucas as vezes que você se enganará e ficará andando em círculos, todavia isso não chega nem a ser um defeito, afinal você pode andar sem a preocupação de sua tela explodir e dar de cara com uma batalha aleatória, coisa que costumava irritar nos jogos passados.
Grande parte do vicio em FFXII esta nas sidequests, que podem ser habilitadas desde o inicio do jogo. Elas se resumem no geral em caçar monstros específicos e ganhar recompensas por isso. A idéia é muito mais interessante do que parece pois logo você se pega com varias coisas que pode fazer antes de seguir o caminho do enredo original diferente da maioria dos FFs cujas sidequests só ficavam disponíveis perto do final.
Graficos e Sons
Felizmente a trilha sonora de FFXII mostra-se interessante e bem feita, superando a de FFX. Apesar das musicas não terem todo o requinte do trabalho de Uematsu e por isso soarem um pouco artificiais, o jogo tem muitas trilhas sonoras agradáveis e bem feitas, algumas são realmente dispensáveis como a da maioria das cidades, mas outras vão ficar tocando na sua memória por um bom tempo. Você vai se pegar ouvindo trechos de musicas de FFT no meio das melodias o que favorece ao clima de nostalgia do jogo em relação a outros jogos da série.
Os gráficos também estão muito bem trabalhados, foi desenvolvida uma nova tecnologia que usa menos polignos que FFX e FFX-2, mas que em contrapartida permite maiores efeitos no cenário e na textura resultando em uma qualidade gráfica superior aos seus antecessores com muito mais detalhes. O resultado disso são cidades perfeitas e gráficos soberbos..
Desnecessário falar algo sobre as CGs, elas estão perfeitas e ainda mais primorosas e detalhadas dos que a de FFX e FFXI, o nível de detalhes é bem maior e as CGs de Airships e cidades enchem os olhos.
E por fim...
Com uma jogabilidade viciante, muitas side-quests, gráficos excelentes, enredo interessante, e personagens e som com altos e baixos... FFXII consegue se consagrar como um dos FFs mais divertidos de se jogar, e apesar de não ser perfeito em muitos sentidos, ele pode sim figurar entre os 3 melhores FFs ja feitos.
Ele pode não ser o melhor , porem, com certeza é o FF com a jogabilidade mais envolvente o que torna-o indispensável...
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